Após novos ataques a Israel, Brasil cobra “investigação” sobre ações em Gaza
- 05/06/2025
O Ministério das Relações Exteriores publicou uma nota nesta quarta-feira (04), reafirmando sua condenação às ações militares de Israel na Faixa de Gaza e exigindo uma investigação independente sobre os ataques recentes ao território palestino.
Segundo a nota, a recente ofensiva contra os palestinos resultou em "centenas de civis mortos e feridos", com 95 mortes registradas em Gaza nas últimas horas.
“O Brasil [incentiva] a realização de investigação célere e independente acerca das circunstâncias em torno de ataques, com dezenas de mortes, em centros de distribuição de ajuda humanitária. São absolutamente inaceitáveis o uso da fome como arma de guerra e o emprego da violência contra civis em busca de alimentos”, afirmou o Itamaraty.
Ainda nesta quarta-feira, ao chegar ao hotel InterContinental Paris Le Grand, onde ficará hospedado nos próximos dias durante sua viagem oficial à França, o presidente Lula recebeu um lenço palestino de presente, o qual colocou imediatamente sobre os ombros.
Conhecido como Keffiyeh, o lenço é um símbolo tradicional em várias comunidades árabes e, recentemente, tornou-se um elemento presente nos protestos contra a ofensiva militar de Israel na Faixa de Gaza.
Hamas
A declaração da chancelaria brasileira veio um dia após o presidente Lula, em entrevista coletiva no Palácio do Planalto, afirmar que há um "genocídio" em Gaza. O petista também criticou a postura do governo israelense, dizendo que precisa "parar com o vitimismo".
Lula foi questionado sobre uma declaração da embaixada de Israel, que, sem citar nomes, afirmou que autoridades ao redor do mundo "compram mentiras" do grupo terrorista Hamas – responsável pelo controle da Faixa de Gaza – e, por isso, condenam as ações do governo de Benjamin Netanyahu.
Segundo a nota, o Hamas dissemina informações falsas para "influenciar a opinião pública mundial a seu favor", recorrendo a "eventos encenados, incidentes fictícios e narrativas distorcidas" com o objetivo de "alimentar o antissemitismo global".
Conforme dados do Ministério da Saúde de Gaza, sob controle do Hamas, estima-se que aproximadamente 60 mil pessoas tenham perdido a vida desde o início do conflito.
Além disso, o governo israelense tem restringido ou autorizado apenas parcialmente a entrada de ajuda humanitária, em volume inferior ao estimado pela Organização das Nações Unidas (ONU) como necessário para atender à população.
Diante desse cenário, o governo brasileiro tem intensificado as críticas à condução do processo por parte de Netanyahu, seja por meio das declarações do presidente Lula ou por comunicados oficiais emitidos pelo Ministério das Relações Exteriores.
